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  • Foto do escritorGiovane Calegari

O Desperdício no Varejo

As Perdas no varejo brasileiro comprometem em média 1,89% do faturamento de uma loja, considerando apenas o custo do produto desperdiçado, sem levar em conta ainda o transporte, pessoal, e logística reversa desprendidos para um item que, no fim das contas, foi para o lixo.


No segmento de varejo, é comum tratar como dois tipos de perda: a identificada (58% do total) e a não-identificada (42% do total).


A Perda Não-Identificada, como o próprio nome já diz, decorre de fatores desconhecidos e é descoberta depois que o problema já ocorreu, em sua maioria decorrente de furtos internos (21%) ou externos (10%) na loja, erros de inventário ou erros administrativos e sistêmicos (7%), dentre outros fatores.


Quanto à Perda Identificada, entende-se como aquela que é gerada por problemas operacionais e que tem maiores chances de ser evitada do que a não-identificada, uma vez que suas causas são conhecidas e existem relatórios ou informações para acompanhamento do volume desperdiçado, gerando certa previsibilidade estatística. Muitos são os fatores que podem gerá-las, e dentre eles podemos citar:


Validade Vencida:

A principal causa de desperdício no varejo (representando 38,4% das perdas identificadas) acontece quando o produto atinge a data de validade, seja na prateleira da loja, no depósito ou no armazém do Centro de Distribuição, e não pode mais ser consumido/utilizado. A data de validade representa um limite de segurança estabelecido pelos órgãos regulamentadores, que garante que no decorrer daquele prazo o produto não sofrerá alterações em sua composição. Quando um produto vence, o único destino para ele é o descarte. Mas por que isso acontece? Nos próximos artigos, vamos discutir especificamente sobre esse tema, por quê é tão difícil reduzir esse tipo de perda e quais alternativas existem ao varejo.


Deterioração:

Representando 22,4% da perda identificada, ocorre quando um produto apresenta características diferentes das ideais para consumo, e está "estragado". Bolor, mudança de coloração, cheiro ou gosto forte, endurecimento, esfarelamento, derretimento, etc. são os "sintomas" mais comuns de um produto impróprio. Mais frequente em produtos refrigerados, que quando sofrem alterações bruscas de temperatura no transporte ou na armazenagem podem alterar suas características, ou decorrem de falhas no processo produtivo da indústria e, apesar das conferências de qualidade, chegam até a loja.


Produtos Avariados:

Com uma parcela de 22% das perdas identificadas, são os itens que sofreram danos mecânicos, ou seja, tiveram a embalagem violada de alguma maneira, desde amassamentos a rasgos, ou que sofreram danos com a embalagem esteja íntegra, o que é comum a produtos sensíveis como macarrões, biscoitos e pães. Esse problema pode ocorrer em todas as etapas pela qual o produto passa, desde a fabricação, armazenagem, transporte e exposição na área de vendas.


Equipamentos Danificados:

A falta de manutenção preventiva em equipamentos da loja pode gerar perdas em grande volume de uma só vez, e representa 4,5% da perda identificada. Uma falha na refrigeração de uma câmara fria por exemplo, pode acarretar na deterioração de todos os produtos ali armazenados, ou então uma estante no depósito em má conservação que caia e, por consequência, leve todos os produtos que ali estavam a sofrerem danos mecânicos.


Agora que já conhece mais sobre os tipos de perda e quanto isso representa em números, fique de olho nos nossos próximos artigos, onde detalharemos as causas e melhores práticas para a principal perda identificada, a validade vencida. E não deixe de verificar o 19º Relatório de Avaliação de Perdas no Varejo Brasileiro de Supermercados da Abras, onde estão disponíveis os dados utilizados neste artigo.



Sobre os autores:

Giovane Calegari é Diretor de Operações da Minus, uma empresa de tecnologia para a redução das Perdas por Vencimento, com soluções envolvendo Inteligência de Dados e Engajamento de Clientes. Conheça mais sobre a Minus.


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